Acerca de ¨Netuno e as Faunas¨(1)

Imagino um tronco jovem com todos os seus galhos, um esqueleto nem tão tenro assim, composto de palavras, um poço em cujo fundo existe a saída para oceanos pletóricos de imagens que navegam da mão da dor, a saudade e o prazer. Lá, é possível embarcar, também, na tristeza que desperta, curiosamente, a esperança. Emoções encontradas que sente aquele que dedica a quem já não está. E se confiarmos em que Netuno tem a importância de um micróbio, poderemos –pelo menos aqui– compreender algo fundamental: golfinhos amarelos existem e no seu perambular, não é casual que, no caminho turbulento da água, eles se deparem com uma poetisa envolvida por uma bolha de seda, com o sonho de uma fã de Paul Éluard ou com um prédio da cidade de Buenos Aires resistindo dentro de uma serra cordobesa* que flutua no meio imenso do mar.

Nicolás García Sáez / Traducción al portugués: Paola Arbiser / Editorial Oliverio

*N.T.: Da província argentina de Córdoba